Em nosso dia a dia fazemos o movimento de ir e vir nas setas caminhando para pontos de segurança e de estresse de forma inconsciente reforçando comportamentos mecânicos e repetitivos, nos fixando na mesmice de nossa paixão. Entretanto quando tomamos a rédea de nossa vida e resolvemos aumentar nosso nível de consciência e nos mexermos, nos movimentarmos, podemos perceber não só para onde vamos, mas para onde queremos ir, entendemos qual o melhor caminho a seguir. Se perceber, que estou rumando para o Ponto de estresse, nível consciente, importa acolher, entender e aceitar esse momento de sombra, para com isso poder voltar ao equilíbrio que busco. Diferente seria se não percebesse esse caminho tomado. Importa, estarmos acordados na vida e constantemente nos perguntarmos: para onde estamos indo?
O tipo 1, quando segue rumo ao seu Ponto de Segurança que é o tipo 7, percebe sua capacidade de saborear a vida. Torna-se leve, livre. Percebe que a vida não é tão complicada de se viver. Que saber-se perfeito é ter certeza da imperfeição. Torna-se alguém com possibilidades de relaxar, descontrair, flexibilizar mais seus relacionamentos. Passa a viver de forma despreocupada, entra em contato com seus desejos e emoções. Liberta-se daquele adulto sisudo, sério, chato até, que sempre incorporou, tornando-se menos crítico e tolerante consigo e com o outro. Consegue ser mais alegre e agradecido pela vida. Torna-se mais leve e espontâneo, fazendo contato e liberando sua criança anímica, conseguindo ver o lado bom que a vida oferece. Aprende a se soltar, a dar risadas de si mesmo e da vida, e não é tão exigente e cheio de verdades verdadeiras. Assume-se incompleto e que muito caminho precisa ser trilhado para entrar em contato com a VERDADE MAIOR que não vem dele mais de Deus, ele sim é Verdade, Caminho e Vida. Nessa hora tem certeza que não há como competir e acreditar que o mundo seria muito melhor se ele, o Tipo 1 fosse Deus. Acolhe seus impulsos e desejos.
Quando o Tipo 1 se direciona para seu ponto de estresse que é o Tipo 4, entra em contato com sua sombra, sua auto estima vai pro lixo. Sente vontade de ficar sozinho, chegando a se isolar. Muitos verbalizam desejo de desaparecer, dirige agressões contra si mesmo, assume traços profundamente depressivos e reprimidos. Entra num tremendo caos emocional. Torna-se impessoal, cheio de raiva reprimida. Literalmente sente que o mundo está todo errado, ninguém faz nada certo ou o que deveria ser feito, vivendo obcecado e martelando o outro que não agiu de acordo com seu comando, dando importância a coisas pequenas e que não são significativas. Entra num quadro melancólico e depressivo, manifestando uma lamúria cheia de resmungos, reclamando que ninguém o aprecia ninguém o respeita e valoriza o que fez por aquela ou aquela pessoa e reclama também do mundo, que ele tanto quis aperfeiçoar e não o compreendeu. Às vezes se vê numa confusão de valores tão grande que entra no ressentimento e fica remoendo mágoas, por não sentir-se valorizado e aprovado. Não compreende como pode não ser reconhecido como uma pessoa correta. Como pode não acreditar nele.
O tipo 2, quando segue rumo ao seu Ponto de Segurança que é o Tipo 4, descobre que pode olhar para dentro de si, reconhece suas carências, entende que precisa também dos outros para ser cuidado, sendo até mesmo capaz de cuidar-se sem culpa, respeitando suas necessidades. Reconhece-se como “serva inútil”, e abandona a ideia de que é “Salvadora do Mundo” e que Deus é seu eterno ajudante. Entra em contato com sua fragilidade, despindo-se da capa do orgulho que carrega acreditando que reconhece as necessidades do outro antes mesmo que o próprio. Quer se abrir ao outro, sem invadi-lo, mas respeitando-o em seus limites e tempo. Torna-se altruísta deixando de ser invasivo e intruso na vida do outro. Sente-se pronto para fazer o bem no mundo, desenvolvendo seu lado criativo, encontra sua própria identidade. Aceita a solidão, ela faz parte da vida, entende que não precisa que o outro precise dele, que o outro não depende dele. Suas necessidades estão dentro dele mesmo. Abraçando não somente o outro, mas também a si mesmo. A frase “Se presta aos outros e se dá a si mesmo” lhe cabe muito bem.
Quando o Tipo 2 se direciona para seu ponto de estresse que é o Tipo 8, torna-se assustador! Parece às vezes um Tiranossauro Rex. Muda a fisionomia e o tom de voz, torna-se intenso, numa aparência que agride e assombra. Entra numa espiral de agressividade. É capaz de intoxicar o ambiente somente com sua imagem, sem precisar abrir a boca. Depois alfineta, agride e entra num queixume por não terem reconhecido todo o esforço que fez para ajudar a outrem. Todos são considerados ingratos. Ferve de raiva, sente-se humilhado rejeitado tendo certeza que é insubstituível e que ninguém nunca será capaz de fazer o que ela faz e como faz. Parte para o ataque e apaga sua amorosidade lançando para as pessoas que não corresponderam aos seus encantos e seduções uma ira que pode ser ilimitada, podendo inclusive tornar-se violento. Essa ira pode também ser expressa de forma passivo-agressiva, quando, desenvolve uma sintomatologia, adoecendo fisicamente para machucar o outro, tudo numa intensidade e dramaticidade própria do tipo 4. Carente, auto estima destruída, acusando o outro, ingrato, pelo seu sofrimento, numa v0itimes que corrói e faz sentir-se culpado quem está a seu lado, buscando com isso, receber o reconhecimento que não encontrou. Afinal, “fiz tanto por eles e olha o que me deram em troca”, buscando receber o reconhecimento que não encontrou.
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