O Quatro com o Cinco: um casal Romântico-Observador
- brenda179827
- 3 de jan.
- 4 min de leitura

Eis outro casal cujos membros talvez comecem a parecer um com o outro no decorrer do tempo. Tanto os Cincos como os Quatros têm a tendência de fechar-se num mundo interior, mas essa interiorização tem em cada caso um enfoque totalmente diverso.
Os Cincos sabem viver num mundo de abstração intelectual e de metáforas mentais que, curiosamente, parece destituído de conteúdo emocional, enquanto os Quatros primam pela atenção que dedicam às flutuações do estado emocional.
O coração e a mente são órgãos de percepção tão diferentes entre si que os dois parceiros podem sentir-se adulterados ou incompreendidos quando se expressam um com outro. O parceiro Romântico talvez pense: “Minha amada não tem coração”; o Observador talvez sinta: “Minha mente está tomada pela pessoa que amo”.
Os modos de expressão de cada parceiro são tão completamente distintos que, às vezes, podem sentir-se como navios que se cruzam na noite, invisíveis à presença do outro. Apesar dessas diferenças óbvias, os dois compartilham uma visão de mundo imbuída de significado e muitas vezes ofuscada pelo simbolismo.
Ambos concordam que existem princípios e chaves para significados ocultos que operam sob a superfície dos acontecimentos comuns, e compartilhar essa convicção pode aproximá-los um do outro.
A sensação de que a vida real é vivida por detrás das cenas e das aparências superficiais não significa que sejam pensadores mágicos, mas simplesmente que têm a capacidade de habitar um mundo de percepções pessoais que difere das convicções e crenças predominantes.
Os anos de vida em comum podem sintonizar um aos gostos do outro e vice-versa, quando a apresentação pessoal estética do Quatro combina-se aos poderes de observação do Cinco, e cria-se assim uma espécie de distanciamento estético.
Cada um expressa-se para o outro por meio de um estilo de vida imbuído de sentido simbólico. Escolher as cores para um jardim no outono pode ser uma forma de dizer: “Estaremos sentados juntos nesse jardim quando ele florir”.
A ternura pode ser conscientemente reconhecida no encher a xícara de chá do outro no café da manhã. Outra possibilidade distinta, contudo, é que os parceiros se isolem em mundos interiores, onde, preocupados consigo mesmos, sentirão pouca necessidade de comunicar-se. A questão dos limites é comum.
O Cinco tem a preocupação de conservar a energia e se protegerá controlando o tempo gasto com os outros. O Romântico, por seu turno, exige uma grande dose de atenção; as variações de humor do Quatro abalam os conceitos mentais autoprotetores do Cinco.
Os Românticos queixam-se com veemência de uma intimidade programada e o quadro mais desfavorável mostra o Cinco trancado no estúdio enquanto o Quatro jaz abandonado no quarto, ardendo por ser reconhecido.
É fácil para os Observadores achar desculpas para cortar a comunicação e não deixar que os toquem.
Quanto mais o Quatro se lamenta, tanto mais o Cinco se recolhe para pensar: “Essa é a sua ideia do nosso relacionamento – não a minha”.
Ajuda quando os dois souberem encontrar o grau apropriado de contato, o que explica em parte porque, em casais de longa data, os parceiros começam a parecer iguais.
Cada um terá de adaptar o próprio estilo de relacionamento de modo a acomodar o outro: os Observadores têm de ficar com os próprios sentimentos e os Românticos têm de se frear.
A recompensa, por assim dizer redentora, de equilibrar o tipo mais contraído com o tipo mais emocionalmente dramático do Eneagrama é ver que cada um tem realmente algo de admirável a ensinar ao outro.
São parceiros que podem aprendem a encontrar-se no meio, bastando a cada um modificar-se na direção das necessidades emocionais do parceiro.
Geralmente, os Quatros adotam um relacionamento à meia distância – não longe demais, para não sentir-se abandonado, nem perto demais, de modo que as imperfeições não sejam vistas. O Observador talvez perceba que o distanciamento emocional pode ser atraente para o parceiro Romântico, porque dá a cada um o incentivo de encontrar o outro a meio caminho.
Os Cincos, que são pensadores abstratos, deveriam aprender a apreciar a sabedoria do coração.
Uma das chaves autênticas para o conhecimento secreto pode ser encontrada nas nuances emocionais que ligam as pessoas entre si.
Nos relacionamentos, a casa-forte das informações poderá ser aberta, desde que a chave do coração seja identificada.
Num dos lados da equação, os Quatros devem moderar a avidez de amor, identificando-se com o desprendimento emocional dos Cincos.
Autor: Carmen Cyrino
Quem é Carmen Cyrino?
Psicóloga e Psicanalista com mais de 40 anos de experiência.
Professora de Eneagrama na Tradição Narrativa, certificada por Helen Palmer e Urânio Paes.
Oficial da Chestnut Paes Enneagram Academy.Membro da IEA-Brasil.
Professora de pós-graduação em Eneagrama na Universidade Sentido Único, Gestão Educacional Superior.
Participe da nossa próxima turma de Eneagrama 2024!
Me siga nas redes sociais:www.carmencyrino.com
--
Personalidades no Eneagrama
Curso de Eneagrama
Autoconhecimento terapia
Psicanálise Psicanalista
Psicóloga Psicologia
Autoajuda Coach
Resgate do feminino Tipo 1, Tipo 2, Tipo 3, Tipo 4, Tipo 5, Tipo 6, Tipo 7, Tipo 8, Tipo 9
Comentários