Imagine-se num grupo, num casamento, numa família, num ambiente de trabalho onde haja uma pessoa desse jeito:
Obcecada pela perfeição, sempre acha falhas no ambiente e tem algo para reclamar.
Alguém que se presume moralmente superior, que considera os outros incapazes e “coitados”, bons apenas se forem mandados.
Uma pessoa que tem mania de economizar, de guardar, que reclama de qualquer gasto, que sempre implica com limpeza e ordem.
Não aceita opiniões diferentes das suas, acha que só existe uma visão correta e um único jeito certo de fazer as coisas.
É agarrada com unhas e dentes àquilo que considera certo e é capaz de viver continuamente obcecada por isso.
Vive insistindo em aspectos que achou serem importantes, mas que é capaz de não dar atenção a outras coisas talvez até mais significativas e que estão indo por água abaixo.
Uma pessoa que acha ter razão em tudo, que pensa que sua verdade é sempre única.
Seu estilo de falar é uma constante lamúria moralizante, corrigindo, criticando, aperfeiçoando.
Quando algo lhe parece perfeito, se delicia, mas logo vem a decepção e fica frustrada, arrasada, pois consegue encontrar alguma coisa que considera imperfeita, e a partir de então, passa a ver tudo de forma negativa.
Uma pessoa cujo comentário frequente é dizer:
“Pense como isto poderia ser perfeito”.
“Já pensou se fizessem assim?”.
Vive sob a compulsão da pontualidade, martelando os outros também por e com isso.
Uma pessoa séria que geralmente não conta piada nem relaxa, busca a todo o momento ver o lado prático e funcional das coisas, que só se diverte fazendo o que considera “útil”.
Uma pessoa que muitas vezes você vê profundamente irada, mas que dificilmente admite estar com este sentimento e responsabiliza os outros quando expressa sua raiva.
Aqui e ali explode em acessos de fúria por questões de pouca importância.
Ela vive na compulsão de corrigir tudo e todos, de aperfeiçoar o mundo, mas nunca se sente satisfeita com aquilo que consegue.
Tem dificuldade de aceitar uma crítica de alguém e sempre atribui a crítica aos outros.
Uma pessoa que você vê arrastando continuamente um estado de ressentimento por qualquer coisa, tudo a irrita e a magoa.
Pode até ser farisaica e hipócrita, exigindo dos outros uma rigidez moral que ela mesma não vive, e por tudo isso, pode tornar-se um “saco”, pois todos se sentem continuamente julgadas por ela.
Uma pessoa que não consegue entender porque “esses inúteis não se esforçam para serem melhores”.
É alguém que até é capaz de perdoar, mas que fica guardando na cabeça listas de defeitos e erros dos demais e, um dia qualquer, joga tudo isso na cara deles.
Uma pessoa que acaba estressando a todos com os quais convive, culminando por não mais ser levada a sério.
Como você se sentiria convivendo com uma pessoa assim?
Que conclusões você tira para a sua vida, para o seu relacionamento?
Autor: Carmen Cyrino
Quem é Carmen Cyrino?
Psicóloga e Psicanalista com mais de 40 anos de experiência.
Professora de Eneagrama na Tradição Narrativa, certificada por Helen Palmer e Urânio Paes.
Colaboradora Oficial da Chestnut Paes Enneagram Academy.
Membro da IEA-Brasil.
Professora de pós-graduação em Eneagrama na Universidade Sentido Único, Gestão Educacional Superior.
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